Autores: Valdo Barcelos; Sandra Maders
A preocupação com a educação é algo muito presente na extensa obra de Maturana. Sua compreensão do educar se apresenta como um conjunto de proposições que, se levadas em conta, poderão promover uma mudança radical no sentido do ato de educar as crianças, os jovens e os adultos.
Para esse autor, a conduta do(a) professor(a) deve ser de aceitação da criança como um ser legítimo em sua totalidade, no presente vivido e não como uma etapa momentânea de passagem para a vida adulta. A educação deve se assentar na formação humana e não na técnica. O espaço escolar deve proporcionar atividades acessíveis ao seu fazer e que incentivem a criança a olhar para esse fazer com liberdade para mudá-lo quando o desejar. O que deve ser buscado é a ampliação da capacidade de reflexão da criança e não a transformação de seu ser, mas, sim, de seu fazer.
Nesta perspectiva, o âmbito educacional deve privilegiar a amorosidade e jamais a competição que, ao invés de aceitar o outro na sua legitimidade, promove sua negação. Há que ter presente que as dificuldades de aprendizagem que a criança por ventura demonstre não decorrem de uma incapacidade intelectual. Decorrem da negação do amor como a principal emoção da convivência. Isto se corrige restituindo à criança o espaço da emoção de amar e de brincar na liberdade.
A educação não deve se preocupar em formar crianças para serem úteis à sociedade, mas, sim, que cresçam integrados à comunidade que vivem. A preocupação da educação não deve ser orientada para os resultados do ato educativo no futuro, mas, sim, deve estar voltada para os fazeres da criança no momento de seu fazer: o presente.
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