Categoria Obras

Normal? É ser diferente!

Organizadora: Silvana da Rosa

Apresentação, pela organizadora:

Leciono há mais de vinte anos na educação básica da rede pública estadual e, a menos tempo, no ensino superior em uma rede privada. Nesse percurso de tempo, trabalhando em escola pública e com Língua Portuguesa, a minha angústia foi se acentuando à medida que se incluía mais alunos com necessidades especiais no contexto cotidiano da sala de aula e eu não encontrava obras literárias que, realmente, valorizassem a importância de se respeitar o outro e suas diferenças.

Sabe-se que ainda não se tem uma literatura vasta quanto a essa questão, bem como obras literárias que trazem personagens incluídos são recentes. No entanto, o que me intrigava é que nos materiais referentes à inclusão, abordava-se qual metodologia utilizar em sala de aula, quais livros literários eram recomendados para se trabalhar tal situação, mas por que os clássicos e obras do realismo maravilhoso, considerados famosos e que tanto agradam crianças e jovens (e por que não adultos?), sofreram inúmeras releituras, mas nenhuma aborda a presença de personagens incluídos?

Evidentemente que já se abordou em obras madrastas malvadas, o patinho feio, por exemplo. Personagens feios, cruéis, não com necessidades especiais. Em O Soldadinho de Chumbo (de Hans Christian Andersen, 1838), talvez seja a primeira abordagem de inclusão em relação à Literatura.

Desse modo, a busca diária de suporte para o planejamento de minhas aulas, motivou-me a estabelecer diálogos com os estudos já realizados por Foucault (1979, 1985, 2001, 2010), Gilles Deleuze (1992, 2005), Gallo (2008, 2012), Pires (2006) sobre a Educação Inclusiva.

Comprovadamente, há um número expressivo de alunos com necessidades especiais, matriculados em escolas no país. E por que a Literatura não direcionou o olhar a esse público?

De acordo com os dados fornecidos no site “A educação inclusiva no Brasil em números”, o universo de alunos matriculados em escolas no Brasil equivalia a 54 milhões de pessoas, em 2010. Já os dados do IBGE, em levantamentos feitos na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2009, quanto às pessoas que apresentavam algum tipo de deficiência (física ou mental), mostrava um contingente aproximado de 2 milhões e 500 mil entre os brasileiros que tinham entre 4 e 17 anos (em idade escolar).

Observando-se esses percentuais, faz-se necessário lembrar a importância do trabalho docente em relação à prática efetiva de inclusão social e isso corresponde, principalmente, ao planejamento desse em relação a que trabalho apresentar à turma, qual a finalidade de tal planejamento e quais valores devem-se enfatizar ao abordar tal assunto, buscando assim, a construção de uma sociedade inclusiva. Segundo Pires (2006, p.32), “a prática inclusiva supõe o abandono definitivo de práticas e relações sociais discriminatórias, inscrito num profundo processo de mudanças atitudinais de uns em relação aos outros. E dentro desse processo é preciso quebrar tabus (…)” – todos precisamos de todos, todos dependemos uns dos outros,
pela simples razão de vivermos em sociedade.

O reconhecimento desta interdependência nos levaria ao reconhecimento do valor do outro e, no enfrentamento dos problemas, a sabermos somar as forças para buscar as soluções.

Denota-se que uma das funções da instituição escolar é o ensino de leitura e literatura. Por meio da literatura conhece-se a realidade humana, buscam-se soluções para o enfrentamento de problemas, protagonizam-se personagens nas histórias lidas e ouvidas, além de ser um eficiente instrumento pedagógico. Além disso e, talvez, o mais importante, o texto literário faz aflorar o íntimo de cada ser, permitindo a transparência de emoções.

Desse modo, seria interessante vivenciar na leitura realidades constantes da sala de aula, como a vivida pelo aluno incluído. Em contos de fadas, como A Bela Adormecida, por exemplo, o príncipe poderia ter encontrado o castelo em que se encontrava a princesa adormecida com a ajuda de seu cão-guia, uma vez que o herói não podia ver, mas sentir o seu entorno.

Nesta perspectiva, percebe-se que é diferente quando o aluno incluído se imagina na situação de protagonista, o que difere quando o aluno sem necessidades especiais vê-se na situação de uma pessoa com deficiência e que necessita resolver situações difíceis, mesmo tendo restrições para desempenhá-las. Realmente, aí está a possibilidade de se colocar no lugar do outro, ao mesmo tempo, compreendendo e vivenciando a sua diferença.

Contemporiza Castro (2006, p.67), quando menciona “o papel da disciplina dos corpos como definidora de uma fronteira entre o normal e o anormal”. Segundo ele, o domínio disciplinar mede capacidades e, por meio de regras e convencionalismos sociais, mede-se o normal e o anormal.

Há um modo específico de castigar no domínio disciplinar.
Para a disciplina não se trata de expiar uma culpa nem de reprimir, mas sim de referir as condutas do indivíduo a um conjunto comparativo, de diferenciar os indivíduos, medir capacidades, impor uma medida, traçar a fronteira entre o normal e o anormal.

Realmente, a sociedade é bastante discriminatória, tanto que mede capacidades, traçando valores comparativos entre os seres, e determinando padrões para a convivência social. Quem não os segue é rotulado como antissocial, subversivo, demente, monstro. Conforme Michel Foucault, o anormal é comparado a um monstro pálido, que apresenta diferença em relação aos demais e essa caracterização irá persistir para o autor até, talvez, o século XX: “Digamos numa palavra que o anormal (e isso até o fim do século XIX, talvez XX); (…) é no fundo um monstro cotidiano, um monstro banalizado. O anormal vai continuar sendo, por muito tempo ainda, algo como um monstro pálido (2001, p. 71)”.

No entanto, o que é um monstro pálido? James Sullivan, em Monstros S.A., protagoniza um monstro, o qual encantou os telespectadores. No entanto, será que os mesmos viram-no como monstro? Ou como o personagem principal dessa trama? Ou ambas as situações? Indagações como essas podem ser problematizadas em sala de aula. E, incontestavelmente, por meio da leitura de obras literárias é que o educador pode contribuir para que se desfaça estereótipos disseminados socialmente e entre gerações, exterminando (pre)conceitos que atrasam a evolução intelectual humana.

Por meio da leitura pode-se inserir formas positivas de se pensar a educação para a diversidade e de se incentivar a receptividade da população diante das diferenças. Além disso e, ainda por meio da literatura, pode-se concluir que “os seres humanos são diferentes, pertencem a grupos variados, convivem e desenvolvem-se em culturas distintas. São então diferentes de direito. É o chamado direito à diferença; o direito de ser, sendo diferente” (Ferreira e Guimarães, 2003, p.37).

Consoante a isso, sendo eu docente e, sobretudo, trabalhando a disciplina de Literatura Infanto-juvenil no curso superior, senti a necessidade de propor um projeto aos acadêmicos de Letras, para que se pudesse trabalhar melhor a questão da diferença em sala de aula. O estudo voltouse, então, para a Literatura Inclusiva e os processos de normalização da diferença, por meio de questões referentes à educação, cultura e produção de sujeitos.

Assim, buscando valorizar, por meio da literatura infanto-juvenil e juvenil, o respeito ao outro e o princípio da alteridade em relação a grupos sociais que sofram exclusão por apresentarem necessidades educativas especiais, propôs-se que fosse realizada a criação de releituras online de clássicos e narrativas do realismo-maravilhoso, tais como: Romeu e Julieta, de William Shakespeare e O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry (clássicos), A Bolsa Amarela, de Lígia Bojunga e Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato (realismo-maravilhoso). Nessas narrativas e em outras histórias acresceram-se personagens com necessidades especiais, buscando com isso não só a oportunidade de o leitor/ouvinte externar e refletir sobre sentimentos, sobre a inclusão de pessoas com necessidades especiais, mas também valorizar as diferenças, ou seja, respeitar os grupos sociais que sofram exclusão por se constituir como minoria social, como os cadeirantes, surdos-mudos, autistas, deficientes físicos, visuais, mentais, entre outros.

E, aqui está a criação online, agora impressa. O projeto concretizou-se. Agora, cabe a nós, leitores/ouvintes, mudanças atitudinais para que a prática inclusiva seja, realmente, efetivada. E, então, o espetáculo harmônico de matizes em nosso planeta será percebido se nele habitar diferentes homens, vivificados por singulares características.

Contato com a organizadora:

silvana.rosa@urisantiago.br

Novo olhar sobre o pioneirismo Jesuítico-Guarani: o caso Caaró

Organizadores: Júlio Ricardo Quevedo dos Santos; Sérgio Venturini

O presente livro é o resultado de pesquisas vinculadas aos grupos de pesquisa e entidades da América Latina, integradas por estudantes e docentes de cursos de Pós-Graduação e Graduação, bem como de estudiosos que participam da “Trilha dos Santos Mártires”, entidade empenhada em valorizar e divulgar a história das Missões.

Os pesquisadores e estudiosos reunidos em Caibaté em 2017, na Região das Missões (Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul), debatem um “Novo Olhar sobre o pioneirismo jesuítico-guarani: o caso Caaró”, compartilhando, socializando e se solidarizando com todas e todos interessadas/os em rever, retomar, recuperar diferentes momentos do passado histórico da Região das Missões, com vistas a compreender o tempo presente da mesma. Este diálogo “entre o presente-passado” é de suma importância às relações cotidianas da atualidade à região das Missões e às diferentes entidades, que podem, a partir das pesquisas que vem sendo realizadas, projetar metas ao desenvolvimento sociocultural, identitário, econômico e político à mesma.

Nesse sentido, os poderes públicos, em parceria com instituições privadas, não mediram esforços em tornar em realidade a presente publicação, que serve como incentivo às diferentes ações de formação continuada de docentes e estudantes, posto que reconhece e valoriza os diferentes lugares de memória da região, como metas de suas políticas públicas.
Dessa forma, esta obra se insere nas políticas públicas de valorização da História, do Patrimônio Cultural em sua riqueza e expressão nacional e internacional. Os capítulos que compõe esta obra, recuperam, em parte, o magnifico acervo cultural da região das Missões, destacando os acontecimentos que ocorrem e ocorreram no atual espaço do Municipio de Caibaté – desde o tempo da conquista ibérica sob os auspícios da Companhia de Jesus até a atualidade, revelando as raízes deste passado missioneiro – destacando os seus lugares de memória, como Santuario do Caaró.

O livro foi elaborado a partir de projeto de Pesquisa, Ensino e Extensão da Universidade Federal de Santa Maria, do Centro de Ciências Sociais e Humanas, dos Programas de Pós-Graduação em História e em Patrimônio Cultural, em parceria com a Prefeitura Municipal de Caibaté e Câmara de Vereadores de Caibaté, alusivo a preparação às comemorações dos 90 anos de movimento cultural missioneiro na região, expresso nas peregrinações/romarias dos (Santos Mártires) do Caaró (1928-2018). O fato fundante que reverbera às comemorações mencionadas diz respeito aos acontecimentos de 1928 – alusão ao Martírio de Três Jesuítas – e conta com o esforço e empenho da Associação Amigos da Trilha dos Santos Mártires das Missões (AATRISAMANN).

Este livro é uma ferramenta imprescindível aos princípios supramencionados e é com muito prazer que entregamos às comunidades missioneiras latino-americanas, esperando contribuir com a formação de consciências criticas sobre o passado, reconhecendo-o e valorizando-o.

Contato com os organizadores:

j-quevedo@uol.com.br
venturini1789@gmail.com

Da desfaçatez das palavras

Autor: Lucas Visentini

Apresentação, por Edinara Leão:

Surpresa define o estar no mundo. Surpresa define meu estado diante “Da Desfaçatez das Palavras”. O Lucas e sua escrita, essa desconhecida – de mim! São estranhamentos por dentro dos abismos diários – ou seriam entranhamentos? – das cotidianas epifanias, no entanto, liricamente anotadas. Desfigurações do inconstante. Disforme são os lamentos incrustados nos dias. Sincera só a arte. Não importam os ventos, nada demove o que está escrito. O eco o tempo dissolve na desmemória dos dias parcos, para não dizer parvos. Ai de nós não fosse a arte! Lucas desmonta a insensibilidade dos dias nublados, traz o sol em xadrez, sol sim sol não sol s… a palavra salvando o viver, estendendo a roupa do tempo no varal, e o tempo este desgraçado a infernizar a constância. Confio. Desfio.

Vejo em Lucas um tempo brando, com pitadas de humor, inteligência inconteste entre o “Achismo” e a “Advertência”. Não advirta, entre! Para os sobreviventes na arte, não precisa aviso prévio. A porta está aberta. Vem. Sente-se à mesa, Lucas, e traga o coração. Na mão. Sim, assim. Quero achar contigo pétalas caídas no biombo que já não reparte as arestas entre o eu e o tu. Inadvertida, eu navego teu pensamento e me perco, e me acho. Vamos com Clarice, habitando os becos da cidade sitiada “perder-se também é caminho”, ou com Drummond “Vamos de mãos dadas”. Conquanto, vamos por entre as vértebras da rua. Bendigo a vida, Lucas, por nos dar de beber tuas águas. Ilumine-me com a desfaçatez das palavras. Quero atravessar a sur-presa, enredada em tuas linhas!

Contato com o autor:

visentinilucas@gmail.com
lucas.visentini@iffarroupilhaead.edu.br

Práticas pedagógicas de ciências e biologia

Autora: Cisnara Pires Amaral

É notório que as práticas pedagógicas auxiliam o trabalho do docente, enriquecem o ambiente, tornando a aprendizagem significativa. Este livro propõe a descoberta do prazer em aprender e conhecer. Pensamos nas possibilidades que se apresentam em termos de relações humanas em uma sala de aula e em todos os desafios que brotam do compromisso de educar, respeitando as diferenças, equilibrando-se a autoridade, estimulando a criatividade, a responsabilidade e elegendo novas formas de aprendizagem que sejam prazerosas.

Vivemos a constante preocupação com o processo de aprendizagem; por esse motivo, não podemos deixar de reconhecer que, muitas vezes, o professor é o problema, mas podemos afirmar categoricamente que também é a solução.  O professor sabe que ensinar faz parte de sua cultura, da sua valorização, significando difundir conhecimento, impondo normas e convenções para que o aluno aprenda significativamente (ANTUNES, 2009).

No contexto educacional, vivenciamos aprendizagem na sala de aula, em momentos determinados, favorecendo apenas alguns alunos, assim precisamos expandir o conceito de aprendizagem desfragmentando os conhecimentos através de práticas, de incentivo à leitura que não podem ser realizadas em momentos pré-estabelecidos em que é necessário vencer currículos determinados, concluindo que existem diferentes situações de aprendizagens e que determinados alunos precisam de atenção, estimulação e desafios.

Uma aula de verdade não se confina à sala de aula, situações de aprendizagem não estão ligadas a espaços determinados. É necessário rever posicionamentos como elo estimulador de desafios. Antunes (2009) afirma que conhecimento e informação são palavras que se confundem e, ainda que muitos professores saibam como efetivamente transformar informação em conhecimento, não é este saber, infelizmente, de domínio comum.

Diante disso, o professor precisa ser visto como profissional da aprendizagem, não do ensino; deve aí unir duplo desafio: saber aprender bem, para, em decorrência, saber fazer o aluno aprender bem (DEMO, 2006).

Compreendemos que aprender Ciências ou Biologia deverá ser além de aprender palavras difíceis um misto de encantamento, descoberta e motivação, formando novas concepções a partir das existentes, trazendo a sala de aula para dentro do laboratório, contextualizando assuntos que passariam certamente despercebidos.

Dessa forma, aprender ciências é uma das coisas que os estudantes querem quando se dirigem à escola, portanto realizar práticas em laboratório é de fundamental importância para a concretização da aprendizagem. Certamente, utilizar atividades prazerosas tornam a docência encantadora e auxiliam nossa valorização pessoal.

Contato com a autora:

cisnara@yahoo.com.br

Opinião

Autor: Paulo Ricardo Weissbach

A presente publicação é uma coletânea de artigos de opinião publicados no Jornal Expressão de Júlio de Castilhos-RS, no período de janeiro de 2016 a julho de 2017. A temática predominante, via de regra, é a política e seus desdobramentos na vida cotidiana, tendo em vista o momento ímpar em que vive o país. Além disso, o Poder Judiciário nunca esteve tanto em pauta como nos últimos tempos, motivo pelo qual também serve de tema para alguns artigos, assim como outros assuntos.

Com o advento das eleições de 2014, da cassação da Presidente da República em 2016, da consequente assunção do vice-presidente, da operação lava-jato, das delações premiadas e ações da Polícia Federal, do julgamento da chapa Dilma-Temer e do indiciamento do Presidente Temer pelo STF, o cenário político, latu sensu, e o cenário político partidário, strictu sensu, viveram e vivem momentos de surpresas, incertezas, indignações e constatações nem um pouco republicanas. No entanto, outros assuntos também vieram à tona e mereceram ser comentados.

Para quem gosta de acompanhar e discutir o desenvolvimento dos labirintos do poder, a temática é uma fonte inesgotável de opiniões. Para quem gosta de se manter atualizado é um exercício a mais de pensamento.

Assim, por tratar-se de artigos de opinião, os escritos refletem tão somente o pensamento do autor, sem cunho historiográfico ou jornalístico, visto que é professor de Geografia e a intenção é de, se possível, contribuir para a reflexão, o debate e a informação.

Contato com o autor:

paulo.weissbach@iffarroupilha.edu.br

Simples mente

Autor: Ruben Barcellos de Mello

O livro é uma coletânea do cotidiano, atual e nada técnico. O próprio nome é de uma simplicidade espartana e de uma inocência infantil. É um encontro de amigos que repartem tempos e horizontes, caminham ombro a ombro, ora carrancudos, ora se contorcendo de rir, todos verdadeiros – como são as amizades que duram além da vida, como são os olhares francos que varam a alma e como são os dias que nos desafiam, mostrando do que somos feitos.

O autor nasceu em Bagé, numa madrugada em que o Minuano trouxe do Chile, as cinzas de um vulcão em atividade, num dia 17 de julho, justo quando a cidade natal aniversariava!

Militar reformado, reuniu em 1993, histórias que vivenciou e histórias que ouviu de outros militares mais antigos e de inteira confiança. Tais relatos, pretende mostra um lado bem humorado da vida na caserna, em contraponto com a dura disciplina que caracteriza esta instituição permanente.

Dessa juntada, uma pequena publicação sob o título de “Os Imortais”, reuniu 120 histórias que o 3º Regimento de Cavalaria Mecanizado, lançou no ano de 2003, em comemoração aos 60 anos de fundação da Unidade.

Num crescendo, a mesma obra, já na terceira edição, conta com 280 histórias, e é oferecida como cortesia da Organização Militar às autoridades militares visitantes.

Contato com o autor:

luciano_moura_biologia@yahoo.com.br

Nas margens do Ensino Médio: jovens de escolas públicas em processo de afastamento

Autoras: Sueli Salva; Ethiana Sarachin da Silva Ramos; Nara Vieira Ramos; Elisete Medianeira Tomazzetti

O livro Nas margens do Ensino Médio: jovens de escolas públicas em processo de afastamentoé resultado de um exaustivo e bem cuidado trabalho de investigação sobre os processos formativos, sociais e culturais de jovens do Ensino Médio e o fenômeno do abandono escolar ou afastamento escolar. Esse tema tem se tornado crucial pelo seu crescimento nas escolas do mundo todo, não sendo um problema social, econômico, político e cultural exclusivo do nosso país, pois acontece histórica e socialmente como uma tendência mundial. Ao mesmo tempo, configura-se em um complexo processo que tem levado gestores, pesquisadores e professores às análises mais profundas e fecundas como contribuições para as políticas educacionais.

A obra instigante e provocadora oferece ao leitor e ao campo da educação no Brasil contribuições e reflexões fundamentais para a compreensão de mecanismos, processos e práticas que estruturam os modos de escolarização da juventude no ensino médio e colabora para mostrar como o cotidiano da escola pública coopera para perpetuação do que poderíamos chamar do “fracasso programado” da escolarização de jovens pobres na desigual sociedade brasileira.

Nessa perspectiva, traz a compreensão dos motivos que levam os/as jovens a se afastarem dos processos formativos, problematizando as significações sobre esses processos construídos por eles. Nesse sentido, o estudo dá visibilidade aos motivos e problemas encontrados na escola pública, especialmente o fracasso escolar que tem sido tão caro aos debates e reflexões na área da educação. Desta forma, apresenta inquietações muito bem articuladas teórica e metodologicamente por autores de renome sobre o cotidiano social e cultural dos jovens que frequentam o Ensino Médio.

O livro discute a cultura da juventude urbana brasileira retratada no perfil dos jovens de Santa Maria, presente nas salas do Ensino Médio. O entendimento sobre juventude e Ensino Médio é bastante contundente e expressivo no estudo, pois reflete a atualidade e relevância em tratar dos jovens como sujeitos heterogêneos que vivenciam culturas diversificadas, diferentes situações econômicas, diferentes estilos de vida, comportamentos, interesses, necessidades e ocupações. Pensar como os jovens constroem suas aprendizagens requer a compreensão do lugar social ocupado por estes atores sociais na escola e na sociedade. Nessa perspectiva, a obra dimensiona o olhar retrospectivo e sensível para o entendimento sociológico da categoria juventude vista na perspectiva histórico-sócio-cultural.

Ao mesmo tempo, aborda de forma contundente a problemática vivenciada por estes jovens em conciliar estudo e trabalho no cotidiano de grandes transformações do mundo do trabalho, dos novos tempos, rápidos e de muita complexidade. Muitos são os obstáculos que enfrentam nossos jovens na contemporaneidade, especialmente quando se trata da inserção profissional e as dificuldades no mercado de trabalho, em que se veem na luta prematura com diversas responsabilidades, tendo que lançar mão de estratégias e facetas peculiares para a concretização de seus sonhos e as chances de alçar voos mais distantes.  

Destaca-se na obra, ainda, o investimento no processo dialógico entre os sujeitos da investigação: alunos(as), professores e gestores das escolas a partir da etnografia, o que possibilita potencializar o escopo analítico que explora epistemologicamente o contexto estrutural e social que envolve os sujeitos da investigação. Por tudo isso, o livro é inovador, traz um conjunto de reflexões para o debate sobre os novos tempos que ditam um requisito indispensável para os jovens do Ensino Médio, da escola pública, mostrando o quão são necessários novos pensamentos e conhecimentos para dar conta e oferecer uma educação de qualidade para o futuro de nossos/as jovens brasileiros. 

Contato com as autoras:

susalvaa@gmail.com
naravr@terra.com.br

Construindo a profissão: a formação de professores de língua e literaturas

Organizadoras: Angelise Fagundes; Cleusa Inês Ziesmann

Este livro, em forma de coletânea, propõe momentos de reflexão sobre a formação de professores, em especial, sobre a formação de professores que trabalham no ensino de línguas e literaturas. Além de propiciar momentos de inflexão durante o processo de produção de conhecimentos, o livro tem por objetivo aprofundar o debate sobre a educação em uma sociedade contemporânea e sua relação com a formação de professores, fundamentando a nossa prática em nossas instituições de ensino para a (re)construção de nossos (e novos) saberes e de nossas (e diferentes) práticas e, também, tem por objetivo abrir possibilidades de diálogo para além dos contornos de nossas instituições, grupos de pesquisa, etc.

As proposições aqui trazidas por docentes de diferentes instituições nos mostram que, em educação, não é possível ser um sujeito comprometido com seu tempo e com seu quehacer se esse sujeito não se preocupa e não reflete sobre e com sua ação.  Paulo Freire, em Educação e Mudança (2011, p. 20), destaca que “é exatamente esta capacidade de atuar, operar, de transformar a realidade de acordo com finalidades propostas pelo homem, à qual está associada sua capacidade de refletir, que o faz um ser da práxis”. É nesse sentido estabelecido por Freire (2011) que este livro surge. É resultado de parte de nossa atuação no mundo e com o mundo da formação de professores de língua e literaturas.

É importante destacar que a ideia inicial desta coletânea surgiu a partir do diálogo entre professores do Curso de Letras Português e Espanhol da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Cerro Largo, professores esses que compõe esta obra. Esse diálogo foi fortemente motivado pela coordenação do Curso e pela nossa busca por nos fortalecermos e nos qualificarmos cada vez mais como grupo, buscando um curso melhor para nossas práticas e fundamentalmente para nossos alunos. No entanto, esta coletânea só foi possível porque, como sujeitos do mundo e com o mundo, buscamos dialogar com professores de outras áreas e com professores de línguas e literaturas de outras instituições e, consequentemente, com outras realidades, práticas e saberes. Como destacou Freire (2011, p. 37), “estas relações não se dão apenas com os outros, mas se dão no mundo, com o mundo e pelo mundo”.

Contato com as organizadoras:

angelisef@gmail.com
cleusa.ziesmann@uffs.edu.br

Namoro letivo

Autor: Marcelo Tascheto da Silva

O livro tem como palco o ambiente escolar e narra de uma forma muito descontraída as aventuras de três amigos inseparáveis no auge dos seus dezesseis anos. Colegas no segundo ano do ensino médio em uma escola particular em Porto Alegre, eles vivenciam juntos os prazeres e desprazeres das paixões juvenis circundadas de conflitos, separações e indecisões.

Jeniffer está apaixonada pela primeira vez, no entanto, aquele que para ela é o seu grande amor, está prestes a deixar a escola e a cidade no final do ano. E agora, o que fazer? Viver o hoje, deixar as coisas acontecerem naturalmente, começar a se preparar para uma possível separação, ou encarar os obstáculos de um relacionamento à distância?

Aline é uma jovem que sonha em encontrar o príncipe encantado. Quando pensa ter conhecido o garoto dos seus sonhos em uma balada, ele desaparece misteriosamente sem deixar pistas naquela mesma noite durante a festa. Alucinada com a situação, ela começa a procurá-lo em todos os lugares. Inicia-se uma busca acirrada em que a verdade sobre esse misterioso desaparecimento pode estar mais próxima do que ela imagina.

Beto, amigo e colega das duas desde o ensino fundamental, é um rapaz muito pobre que conseguiu uma bolsa de estudos na escola Integração através de uma madrinha que, ao reconhecer seu esforço e potencial, decidiu investir em sua educação. Porém, tudo se complica quando sua patrocinadora morre e ele perde o benefício, tendo então que mudar de escola e consequentemente deixar de conviver com suas colegas e melhores amigas.

As paixões de verão findam com a volta às aulas, a volta pra casa e o recomeço da rotina. O livro Namoro Letivo explora esse universo de um outro prisma, em que a separação entre colegas, amigos e namorados, estará diretamente ligada a um outro ciclo, o encerramento das aulas, a mudança de escola e o início da vida acadêmica.

O sentimento de impotência para mudar algumas realidades e as oscilações sentimentais do amor ao ódio dos jovens que passam por esse período de transformações irão, de uma forma divertida, levar o leitor a se identificar com os dramas que vivem ou que um dia viveram em uma fase marcante na vida de todos nós – a adolescência.

Contato com o autor:

marcelotascheto@gmail.com

Provas comentadas de matemática da Escola Preparatória de Cadetes do Exército: EsPCEX

Autor: José Anchieta da Silva

Este livro está dividido em três partes. Na parte 1 ele traz os enunciados dos 305 problemas das provas da EsPCEx aplicadas entre os anos de 2001 a 2016, inclusive, sendo que os problemas estão separados por assuntos, facilitando o estudo.
Na parte 2, traz as resoluções de todos os problemas enunciados na parte 1, tendo alguns problemas recebido mais de uma solução, alguns tem cinco soluções.
Na parte 3, são apresentadas notas teóricas em forma de artigos que tratam das raízes da equação do 2º grau, inequações produto e quociente, inequação do 2º grau, transformações de gráficos, triângulos retângulos pitagóricos e equações matriciais, todas com uma nova abordagem, tornando mais simples sua aplicação.  

O livro é indicado a estudantes e professores do segmento das escolas militares e para aqueles que querem se aprofundar no estudo da Matemática.

O professor Anchieta é um estudioso da Matemática. Nasceu em Itapetim, cidade do interior de Pernambuco. Descendente de família humilde, filho de retirantes nordestinos, começou a trabalhar com 16 anos buscando melhores condições de vida. Logo se conscientizou que a melhoria ocorreria a partir do momento em que trabalhasse com afinco, e que o estudo era a trilha que deveria seguir para um futuro melhor.

Foi militar do Exército por 30 anos e licenciou-se em Matemática pela Faculdade de Ensino e Pesquisa de Itajubá – FEPI, no ano de 1996. Ministrou aulas em Itajubá-MG, Brasília-DF e Santa Maria-RS. Nesta última cidade foi professor no Colégio Militar, nos anos finais do ensino médio, de 2011 a 2014. Preparou alunos para o Colégio Naval, Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAr), Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAr), Escola de Sargentos das Armas (ESA), Academia da Força Aérea (AFA) e Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), tendo participado da aprovação de centenas de candidatos.

Nos últimos anos vem se aprofundando no estudo da matemática através de livros peruanos, russos e indianos, onde percebeu uma nova abordagem, mais voltada ao conteúdo e as questões de alto nível. Atualmente, atua como professor no Colégio Fátima nos anos finais do ensino médio e ministra aulas no Curso Caxias para a EEAr, AFA, ESA e EsPCEx.

Contato com o autor:

prof.anchieta@hotmail.com